Oi, aqui é a Hype Crew.
Essa News vai ser um pouco mais pessoal.
Em 2023, eu tinha acabado de marcar meu casamento e estava no meu emprego dos sonhos. De repente, uma demissão em massa virou tudo de cabeça para baixo. Afinal, tinha um casamento para pagar.
Passei por algumas furadas, mas no meio do ano passei em dois processos: um trabalho remoto em outra cidade, que me permitiria planejar o casamento com calma, e outro presencial, mais desafiador, na concorrente da empresa dos sonhos. Escolhi o remoto para focar no casamento.
Mas a segunda empresa fez uma nova proposta e, desta vez, não resisti. Lá vou eu atravessar a ponte Rio-Niterói para começar uma nova história. Acredito que todas as linhas que escrevemos têm um porquê.
Trabalho com marketing de moda desde os 20 anos — 10 dos meus 30. Sou carioca, solar, alegre, e sinto falta do calor humano e de conversar sobre estampa e VM. Comecei essa newsletter para compartilhar o que sei sobre mercado, marketing e branding. Agora, finalmente vou voltar.
Falando em recomeços, recentemente também fiquei impactada com a notícia de que Taylor Swift comprou de volta as suas Masters. Ela precisou regravar as músicas, enquanto o mundo assistia, mas agora recuperou o que sempre foi dela. Isso me fez pensar em como, às vezes, a gente abre mão de partes da própria história e depois precisa correr atrás para recuperar o que é nosso.
Voltar a trabalhar com moda tem esse gosto de reencontro e autonomia criativa. Talvez a vida seja escrita em versões — a primeira nem sempre sai como a gente quer, mas vem a segunda. A versão Taylor. A nossa.
E quando ela chega, a gente atravessa a ponte, veste um look bonito e vai.
No feed
Esses vídeos viraram uma espécie de journaling moderno
Os get ready with me invadiram o feed — e não é à toa. O foco, aparentemente, é o look. Mas a alma do vídeo tá em outro lugar. Entre o rímel e a camisa de linho, rola um desabafo sobre a ansiedade, um relato do término, uma lembrança da infância. É como se a roupa fosse só a trilha sonora visual de um processo maior: o de se recompor.
Esses vídeos são o novo journaling. Só que ao invés do caderno escondido na gaveta, agora a gente compartilha isso com o mundo.
A câmera virou confidente. O look virou contexto. E a performance do dia a dia virou terapia coletiva.
No fim, a gente não tá assistindo uma pessoa se arrumando. A gente tá assistindo alguém tentando ficar bem. E se reconhecendo ali. Talvez se vestir bem não cure nada. Mas ajuda a lembrar quem a gente é, mesmo quando tudo parece meio fora de lugar.
Todo dia. Um botão por vez.
Bits of Hype
Um beijo e até semana que vem
Deborah Scofano